Sempre que menciono que meus atendimentos veterinários têm uma abordagem integrativa, percebo olhares curiosos e, às vezes, até um pouco de estranheza. “O que seria isso? É uma nova medicina? É algo novo? Será papo de gente maluca? Tem comprovação? Funciona mesmo?”. Ou, o que é ainda mais desafiador, escutar de colegas veterinários: “Nada funcionou com esse paciente, vamos tentar acupuntura, pois mal não vai fazer!”.
Compreendo essas reações, e é por isso que hoje quero desmistificar o que realmente significa a medicina veterinária integrativa e como ela se encaixa no cuidado dos nossos amados pets. Gosto da fala da Dra. Ana Luísa Reginato, veterinária há 30 anos, que responde quando questionada sobre o motivo de voltar a estudar e dedicar-se à medicina integrativa no tratamento de seus pacientes: “o remédio apaga o fogo, mas a brasa fica lá.” Isso resume bem a busca por um tratamento que vá além do sintoma imediato.
Minha jornada pessoal rumo à abordagem integrativa

Minha trajetória com a medicina integrativa começou muito cedo. Minha avó materna, Dionizia, era benzedeira. Se orgulhava e fazer as suas orações em latim. Sempre tinha um ramo de planta que era usado para cuidar dos outros. Minha família sempre utilizou fitoterápicos para tratar os “membros da família”, e eu cresci vendo os benefícios dessa abordagem mais natural. Essa experiência se aprofundou com meus filhos, através da homeopatia, aromaterapia, fitoterapia e shantala. Aliás, a shantala era um momento muito especial para mim e para eles quando bebês – ainda sou fã de massagens, hoje com outra abordagem, acrescentando óleos essenciais e óleos vegetais no procedimento.
Essa vivência pessoal me mostrou o poder de uma abordagem holística e me preparou para aplicar esses princípios na medicina veterinária.
Medicina convencional + terapias integrativas = cuidado completo

É crucial entender que a medicina veterinária integrativa não exclui a medicina convencional. Pelo contrário! Ela trabalha em conjunto com a medicina veterinária convencional. Elas se complementam, visando sempre o bem-estar e a qualidade de vida do paciente. Imagine um quebra-cabeça: a medicina convencional oferece peças essenciais, e as terapias integrativas adicionam outras peças que, juntas, formam uma imagem muito mais completa e eficaz do tratamento.
Baseada em evidências e focada no indivíduo
A medicina integrativa é baseada em evidência científica. Isso não é “achismo” ou “papo de maluco”. Existem pesquisas e estudos que comprovam a eficácia das diversas terapias integrativas.
Além disso, ela é um tratamento individualizado. Cada paciente é único, com suas particularidades, histórico e necessidades específicas. A abordagem integrativa leva tudo isso em consideração, criando um plano de tratamento personalizado que atenda ao indivíduo como um todo – não apenas à doença.
O foco principal é a boa relação médico-paciente, promovendo o bem-estar e a qualidade de vida. É cuidar do paciente como um todo, considerando não apenas os sintomas físicos, mas também o seu estado emocional, o ambiente em que vive e a sua relação com a família.
Medicina Integrativa e o SUS

Para concluir este post sobre a medicina integrativa na veterinária, quero lembrá-los de tratamentos em terapias da medicina integrativa fazem parte das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) oferecidas pelo SUS desde 2006 para tratamento humanos… e a cada dia há mais tutores interessados em abordagens integrativas na veterinária.
Na medicina veterinária integrativa posso elencar alguns princípios que permeiam os tratamentos, que visam:
- Prevenção de lesões: Ajudando a manter o equilíbrio e a saúde do pet, prevenindo o surgimento de problemas.
 - Qualidade de vida: Proporcionando mais conforto, mobilidade e bem-estar geral.
 - Bem-estar: Reduzindo o estresse, a ansiedade e promovendo um estado de calma.
 - Humanização: Tornando a experiência do cuidado mais gentil e respeitosa para o animal e seu tutor.
 
Sou apaixonada e acredito profundamente neste tipo de medicina, ainda mais porque considero os animais como membros da família. Eles são alguns dos meus muitos amores e, sem dúvida, o amor de seus tutores. Proporcionar a eles uma vida plena e com a melhor qualidade de vida possível é a minha missão.
Você já conhecia a medicina veterinária integrativa? Que dúvidas ou experiências você tem sobre ela? Compartilhe nos comentários!





